Qual é a diferença entre EJA e supletivo?
Na prática, não existe diferença entre EJA e supletivo. Mas o termo supletivo caiu em desuso depois que o governo federal passou a criar programas de EJA, que significa Educação de Jovens e Adultos.
Mesmo assim, por força de costume, as pessoas ainda acabam usando a palavra supletivo. A mudança se deu, portanto, muito mais pelo conceito do que por uma lei.
Isso porque o termo supletivo dava a ideia de uma complementação dos anos que não foram concluídos. Já a EJA é mais apropriada para quem está voltando a estudar depois de uma certa idade. O termo revela, portanto, uma abordagem diferenciada dos professores e do próprio conteúdo das apostilas.
Como tudo isso começou?
A fim de entender como tudo isso começou, temos que voltar ao tempo para pensar em como era o acesso à educação quando o Brasil estava em formação. Veja a seguir, portanto, uma linha do tempo que separamos para você:
- 1824: a primeira Constituição brasileira mostrou a preocupação do governo em oferecer educação gratuita à população;
- 1891: a Constituição de 1891 determinou que províncias (atuais estados) e municípios ficassem responsáveis pela educação primária;
- 1920: o analfabetismo era muito alto, alcançando 72% da população, lembrando que os analfabetos não podiam nem votar;
- 1942: cria-se o Fundo Nacional do Ensino Primário com o objetivo de ampliar a educação primária;
- 1967: foi criado o Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização) pelos militares;
- 1985: com a redemocratização do Brasil devido ao fim do governo militar, recomeçam as ações voltadas para um ensino supletivo;
- 1990: a EJA ganha um novo rumo, com acordos internacionais e novos programas;
- 2002: o governo cria o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), que pode ser usado para substituir os antigos exames supletivos;
- 2003: criação do programa Brasil Alfabetizado.
Portanto, como você pôde notar, a evolução foi lenta, mas hoje pode-se dizer que o ensino supletivo está democratizado, pois qualquer pessoa pode ter acesso a uma escola pública ou privada.
Como funciona a EJA?
Basicamente, a EJA é dividida em Ensino Fundamental e Ensino Médio. Antigamente eles eram chamados de primeiro grau e segundo grau, respectivamente.
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Dessa forma, é bom entender que é preciso cumprir a algumas condições para fazer os cursos, como:
- apresentação de documentação (como você pode ver aqui);
- idade mínima de 15 anos para o Ensino Fundamental;
- idade mínima de 18 anos para o Ensino Médio.
Nos últimos anos, o número de pessoas que fazem a EJA nas duas etapas é de cerca de 3,5 milhões.
Aliás, o diploma obtido é reconhecido por lei e pode ser usado oficialmente, como em concursos públicos. Isso porque ele é regulamentado pelo artigo 37 da Lei 9.394/96, que é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
Para concluir, como você notou, não existe diferença entre EJA e supletivo, apenas algumas diferenciações relacionadas ao conceito. Mas, na prática, essa modalidade de ensino é voltada para quem tem necessidade de retomar os estudos para obter o certificado.
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